Dom Luiz Azcona apresenta lista de crimes cometidos pelos
empreendedores em Roraima e pede cautela.
Foto: Evandro Ladislau
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Os participantes apresentaram ao MPF informações que demonstram que a implantação da atividade arrozeira no Marajó está ligada a um movimento mais amplo de transferência dos produtores desentrusados da reserva indígena raposa serra do sol, em Roraima. Embora as autoridades estaduais insistam em que a questão se resume ao licenciamento de empreendimentos isolados, os representantes da sociedade civil demonstraram que se trata da implantação de um polo com aproximadamente 300 mil hectares e que, pela envergadura do empreendimento, necessita de uma ampla discussão com a sociedade e da realização de estudos que explicitem a dimensão dos seus impactos.
Para Dom José Luiz Azcona (Bispo do Marajó), o histórico de crimes ambientais cometidos em Roraima é motivo para que as autoridades tenham cautela ao avaliarem a implantação da atividade no arquipélago.
Entre os problemas que precisam ser analisados com cautela pelo estado foram apontados:
- Quais os impactos ao longo do tempo do uso de agrotóxicos em larga escala, especialmente aqueles lançados por aviões?
- As comunidade local e populações tradicionais foram ouvidas?
- Que tipos de estudos foram realizados para minimizar o impacto do empreendimento sobre espécies de plantas e animais?
- Intervenção de tamanha magnitude não deveria contemplar Estudo de Impacto Ambiental; Relatório de Impacto Ambiental, inclusive com audiências públicas e exaustivos estudos socioambientais?
- A licença ambiental concedida pela Secretaria de Meio Ambiente de Estado em setembro de 2010, tratou de todos os problemas ambientais que envolve a atividade?
- Como está sendo realizado o monitoramento das áreas já implantadas?
- Por ser uma APA (Área de Proteção Ambiental) nãod everia existir um plano de manejo como determina o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação?
- Não seria mais apropriado a realização de um zoneamento econômico-ecológico em escala apropriada para determinar que áreas podem ser utilizadas e sob que condições?
- Nãos seria prudente um esforço conjunto dos governos estadual e federal para resolver a questão fundiária visando evitar conflitos e injustiças contra as populações tradicionais, além de seguranças jurídica aos empreendimentos?
- Os benefícios econômicos prometidos pelos empreendedores são compatíveis com a dimensão dos impactos de tal atividade?
- As populações mais pobres serão incluídas no modelo de desenvolvimento proposto?
- A produção será processada no Marajó?
Até a realização da audiência pública muitas perguntas precisam ser respondidas e novos atores precisam ser incorporados. As Comissões de Meio Ambiente da ALEPA, da Câmara e da OAB não deveriam se envolver nesse debate? Tenho certeza que os amigos Gabriel Guerreiro, Arnaldo Jordy e José Carlos Lima já devem estar se mobilizando pra isso.
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