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2 de agosto de 2013

Edital seleciona redes de catadores para investimento de R$ 200 milhões


Trinta e cinco redes e 250 empreendimentos solidários terão seus negócios estruturados para competir no mercado de coleta seletiva.

Por Calebe Pacheco

Catadores de todo o país podem acessar mais de R$ 200 milhões em investimentos para a estruturação de seus negócios, com vistas à prestação de serviço para prefeituras e venda de produtos recicláveis. A medida faz parte do programa Cataforte - Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias-, anunciado nesta quarta-feira (31) pela Fundação Banco do Brasil, Secretaria-Geral da Presidência da República, e outros seis parceiros.
O edital de seleção pública, disponível no site www.secretariageral.gov.br/cataforte/edital, é destinado à Redes de Cooperação de Empreendimentos Econômicos Solidários, ou seja, agrupamento de cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis para atuação conjunta nas atividades de interesse mútuo de fortalecimento organizacional, produtivo e econômico na cadeia da reciclagem. As inscrições terminam no dia 06 de setembro deste ano.
O Cataforte, lançado em 2009 pela Fundação Banco do Brasil em parceria com a Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho (MTE/Senaes), ficou mais robusto este ano com a integração da Secretaria Geral da Presidência da República (SG/PR), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Banco do Brasil (BB), além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Petrobras Petróleo S.A. que participam desde a segunda etapa do Cataforte.
A ampliação da parceria permitiu o aumento em 10 vezes o valor do investimento e maior eficiência no atendimento, que, nesta etapa (terceira), pretende alcançar 35 redes, 250 empreendimentos solidários e mais de 10 mil catadores. A iniciativa vai gerar modelos de negócio sustentáveis para que as redes de cooperativas tenham condições de competir no mercado de resíduos sólidos, como explica o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit.
“Nesta fase, o investimento social será em assistência técnica, capacitações de lideranças e também no nivelamento de infraestrutura das cooperativas, para que todas tenham instrumentos para competir em condições igualitárias no mercado, na venda de materiais recicláveis e na prestação de serviços para as prefeituras e órgãos de governo, bem como manter a sustentabilidade do negócio”, explica Streit.
No próximo ano (2014), todos os lixões do país devem ser fechados, como estabelece o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A medida vai abrir inúmeras oportunidades de negócio entre as cooperativas, prefeituras e órgãos de governo. Os catadores, que ainda trabalham nos lixões, serão incentivados a se incorporarem às cooperativas, que terão seus negócios estruturados pelo Cataforte para que estejam preparadas para disputarem o mercado de coleta seletiva.
Essas cooperativas terão assistência de especialistas para a elaboração e execução das ações previstas nos Planos de Negócios, a exemplo da contratação de advogados para elaborar os contratos de prestação de serviços e organização contábil dos empreendimentos. O Programa prevê ainda possibilidades de acesso a produtos bancários, como capital de giro a serem disponibilizados pelo Banco do Brasil, Cartão BNDES, Microcrédito Produtivo Orientado (MPO), Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) e Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).

Histórico 
O Programa Cataforte começou em 2009 e teve como principal objetivo estimular a organização de grupos de catadores com base nos princípios da economia solidária. Na primeira etapa, por meio da parceria entre a FBB e MTE/Senaes, com o apoio do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, o programa capacitou milhares de catadores para estruturarem unidades de coleta e atuarem em rede. 

A partir de 2010 deu-se início à segunda fase do Cataforte – Logística Solidária - que fortaleceu a infraestrutura logística das cooperativas, com a aquisição de 140 caminhões para 35 redes de cooperativas e associações de catadores, bem como com a realização de capacitações e prestação de assistência técnica para elaboração de planos de logística. As ações do Cataforte – Logística Solidária foram realizadas por meio da parceria entre a FBB, o BNDES, a Petrobras e a Senaes, com o apoio do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.

Nesta terceira etapa, o Cataforte - Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias agregou mais parceiros possibilitando ações integradas, aumento dos recursos e maior eficácia para estruturar redes solidárias de empreendimentos de catadores de materiais recicláveis, impulsionando a inclusão socioprodutiva e a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Fonte: www.fbb.org.br/

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