Fonte: Amazonia.org.br
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Neste sábado foi assassinado o líder comunitário João Chupel Primo, 55 anos, em Miritutuba, município de Itaituba, no Pará. Ele morreu com um tiro na cabeça ao lado da oficina mecânica onde trabalhava. João denunciava a grilagem de terras e extração ilegal de madeira na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio e na Floresta Nacional Trairão.
Segundo Ministério Público Federal, o crime tem relação direta com as denúncias que Chupel fez em Altamira. Ele já havia registrado boletins de ocorrência na Polícia Civil de Itaituba e passado detalhes sobre os madeireiros que agem na região para a Polícia Federal em Santarém e para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração das Unidades de Conservação que estão sendo invadidas por madeireiros.
Chupel era uma liderança do Projeto de Assentamento Areia e, de acordo com ele, os madeireiros vinham usando o assentamento como porta de entrada para as matas ainda relativamente preservadas que fazem parte do Mosaico de Conservação da Terra do Meio.
Em nota divulgada essa semana, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) responsabiliza o atual governo, o IBAMA/ICMBIO, Polícia Federal pela morte de João. "Já foram assassinadas mais de 20 pessoas nessa região de 2005 até hoje. Quantas vidas humanas e lideranças ainda tombarão?", questiona o texto.
O Bispo da Prelazia de Itaituba, Dom Frei Wilmar Santin, também circulou um texto em que denuncia "o assassinato covarde de mais um defensor da natureza na Amazônia". Em sua nota, o bispo cobra medidas contra a impunidade: "quando os defensores da natureza e da legalidade vão deixar de serem mortos? Quando o Governo Federal colocará a Polícia Federal para agir no Pará?".
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